A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

Paulo Freire

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Olimpíada de História


Participantes da Olimpíada fazem entrevista especial
Os alunos da escola Coronel Virgilio Távora, participantes da 3ª ONHB fizeram uma entrevista muito especial com o Sr. José Agenor Lopes, no qual o entrevistado relata suas experiências de trabalho e informações sobre o ofício de sapateiro, profissão exercida por ele há muito tempo.
Na ocasião os participantes adquiriram informações fundamentais para a realização da 4° fase da olimpíada, proporcionando trocas de experiências sobre o patrimônio industrial e histórico de Morrinhos.
O trabalho com entrevistas foi bastante interessante por proporcionar um contato mais próximo com outras vivências relacionadas ao trabalho e com as técnicas da História Oral.
Cabe destacar que essa é a segunda oportunidade em que o senhor Agenor Lopes contribui com as tarefas da ONHB. Dessa vez, além de falar sobre sua vida, seu relato se estendeu às experiências profissionais do pai. Confiram o conteúdo completo nas reportagens que se seguem na Gazeta do Jovem Historiador. Boa leitura!


Membros da equipe O Futuro é dos Historiadores com o entrevistado Agenor Lopes.
Um olhar sobre os lugares do trabalho

Local utilizado como a primeira fábrica de Morrinhos. Ao fundo pode-se visualizar o maquinário utilizado na serraria, ultima forma de uso do local.
A antiga fábrica de sabão do senhor Expedito Lopes, localizada em Morrinhos - Ceará, foi fundada em 1958, com o intuito de desenvolver a cidade economicamente, pois na época, Morrinhos iniciava um percursso de muitas lutas políticas e sociais, travada pelas autoridades que se encontravam no local naquele tempo. Segundo o senhor Agenor Lopes, filho do proprietário da fábrica, seu pai tinha uma visão empreendedora, buscava colaborar para o desenvolvimento do município, mas também pensava nos lucros que iria obter com o sucesso do empreendimento.
Na época, a fábrica foi uma novidade na cidade, oportunizou empregos inicialmente para 30 pessoas e se progredisse esse número iria aumentar, pena que o negócio não perdurou por muito tempo, mas como o senhor Expedito era daquele tipo de pessoa que nunca desiste, a fábrica de sabão deu lugar a uma empacotadora de sal, que durou pouco tempo, o entrevistado não soube especificar precisamente quanto, e foi dando lugar a um curtume, depois a uma sapataria e por último a serraria, que funcionou até 2006, não durando mais porque os filhos não se interessaram em manter o negócio, alegando ser algo de pouco lucro e muito burocrática, acreditando não valer a pena permanecer com o empreendimento.
Para a equipe "O Futuro é dos Historiadores 2", as transformações pelas quais passou o empreendimento industrial do senhor Expedito Lopes apenas mostra a complexidade de produzir industrialmente numa cidade pequena e historicamente ligada à economia agrícola familiar, embora Agenor Lopes acredite que "se houvessem dado continuidade ao negócio, nossa cidade hoje poderia ser um pólo industrial, outros empresários poderiam investir nela, seguindo o exemplo de Expedito Lopes".
O patrimônio industrial de uma cidade é algo de grande importância para os habitantes, os velhos locais de trabalho não são apenas construções, e sim, uma memória viva de um passado significativo para cada um que viveu e vive no lugar.
A equipe acredita que a antiga fábrica da família Lopes, teve uma contribuição bastante relevante para o desenvolvimento econômico e industrial do município e que sua continuidade não prejudicaria seu povo, pois havia um cuidado todo especial por parte do administrador em conservar o patrimônio ambiental e ecológico que se encontrava em seu entorno, garantindo um patrimônio material e imaterial para a população em geral.
Entrevista: como era o trabalho naqueles dias
Segundo o ex-sapateiro José Agenor Lopes, 49 anos, morador de Morrinhos, "o trabalho para ele era algo prazeroso, apesar de o salário ser mínimo para tanto esforço, pois só ganhavam pelo que produziam e a cidade era muito pequena, consequentemente as vendas eram baixas e o dono não expandiu o negócio para outras cidades". Ao ser peguntado sobre o stress no trabalho, ele respondeu: "Nunca soube o que era isso, a vida para mim é só alegria, pois hoje sou um homem de muitas profissões, graças ao que pude aprender com meu pai".
Portanto, o trabalho naqueles dias era algo essencial para o desenvolvimento das pessoas, pois com ele, era adquirido o conhecimento transmitido de geração em geração, além do dinheiro para o sustento familiar.
Equipe aponta o que menos gosta e o que mais gosta na Olimpíada de História
Ao serem perguntados sobre o que mais gostam e o que menos gostam da Olimpíada de História, a equipe "O Futuro é dos Historiadores 2", responderam: "dos desafios trazidos em cada fase da olimpíada, proporcionando um ambiente de pesquisa e descobertas na busca de cada resposta. E o que menos gostamos é do pouco tempo para a realização de cada fase".

Epígrafe
"O trabalho é a melhor e a pior das coisas: a melhor, se for livre; a pior, se for escravo."
(Émile-Auguste Chartier, "Alain")



A equipe, O Futuro é dos Historiadores, fez entrevista com o Senhor Agenor Lopes sobre o trabalho, com o intuito de auxiliar na produção da Gazeta. Observe as fotos.





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